A Peregrinação Europeia de Jovens realizou-se entre os dias 3 e 7 de agosto. Em Santiago de Compostela, reuniram-se cerca de 12 mil jovens e, a nossa diocese, também esteve presente.
Fica aqui a conhecer o testemunho da Ana Filipa Oliveira, que partiu juntamente com tantos outros jovens, prontos a serem testemunhos de Cristo vivo.
“Peregrinar é mais do que pôr um pé à frente do outro e caminhar. Peregrinar pressupõe sempre um ato de fé e quando o fazemos acompanhados, pressupõe sempre um encontro com o outro. Este encontro tem sempre algo de extraordinário, para mais quando esse outro nos leva a sair da nossa zona de conforto, a ir ao encontro do desconhecido, falar e ouvir outras línguas, ver outras realidades.
Fazer o Caminho de Santiago foi isso e muito mais, foi ir ao encontro de 46 desconhecidos que comigo faziam caminho, foi ser suporte mas também ser suportada. Peregrinar acompanhada exige algo de diferente de nós, existe um apelo de Humanidade, em que o outro que caminha ao nosso lado passa a ser nosso irmão, onde não são só as nossas necessidades que importam, mas também as do outro. Sim, pensei em desistir, achei que este Caminho era demasiado difícil para mim, mas havia um outro e um Outro que caminhava comigo e que me impelia a avançar, só mais um quilómetro, só mais uns metros, só mais uns passos. E depois eis que chegamos a Santiago, a uma Peregrinação Europeia de Jovens onde todos fomos desafiados a levantarmo-nos, a ser testemunho deste Cristo vivo no mundo de hoje.
A chegada a Santiago por si só já é emocionante, adicionemos a isso os quilómetros percorridos a pé, e o sermos recebidos por outras línguas, por outros jovens que tal como nós pretendem ser rosto de Cristo. Num mundo que anuncia diariamente o fim da cristandade jovem, a PEJ quis provar exatamente o contrário, quis demonstrar (e provar) que os jovens de hoje continuam a acreditar em Deus, e desejam anuncia-Lo a plenos pulmões, através da alegria vivida em cânticos e danças. Santiago de Compostela foi pequena para os cerca de 12 000 jovens que não desejam ficar adormecidos no sofá, nem viver uma religiosidade amorfa. Santiago de Compostela foi antes a prova de que “esta é a juventude do Papa”, uma juventude viva e pronta para ser feliz em Deus, porque essa é a verdadeira felicidade que vale a pena ser vivida.
Do Caminho e da PEJ, trago o desejo de querer a continuar a fazer parte desta Igreja viva, de continuar a ver o rosto de outros que procuram o mesmo ideal que eu, que procuram o mesmo caminho ao encontro de Jesus vivo e ressuscitado, de continuar a ser rosto e a ver o rosto de Cristo nos outros, mas também ser mãos que trabalham e que servem de bengala quando o caminho parece ser desafiante demais. Trago comigo o desafio quotidiano de “Calçar as sandálias da esperança” como nos desafiava o arcebispo Julian.”