No dia 23 de outubro de 2014, na igreja do Coração de Jesus em Lisboa realizou-se a missa das universidades onde se celebrou, no início do ano académico e pastoral, o acolhimento dos primeiros anos, com os estudantes, docentes, investigadores e funcionários das escolas superiores de Lisboa. A eucaristia foi presidida por Dom Manuel Clemente, patriarca de Lisboa, que depois da comunhão entregou um símbolo a cada representante das diferentes universidades. Este símbolo é constituído por um universo, por uma cruz e pelas fitas das cores correspondentes ao curso de cada “caloiro”. O universo simboliza a universidade do saber, marcada pela sabedoria de Cristo e a cruz simboliza a particularidade da vocação expressa nas cores académicas das Escolas. Depois da celebração foi-nos proporcionado um convívio onde nos apresentaram e deram informações de movimentos, organismos e grupos da pastoral universitária.
O Sr. Patriarca começou na homilia por felicitar as nossas escolhas e apelou à responsabilidade que nos é exigida pelos próprios cursos. Para o entendimento das leituras deste dia apresentou-nos três palavras-chave: Escolha, Relação e Espírito.
Além de todas as escolhas do nosso dia-a-dia absolutamente diferenciadas que cada um de nós toma, como por exemplo o curso que escolhemos, existe uma em comum que nos une a todos: a escolha de Cristo. Mas não é uma escolha qualquer é uma escolha que envolve um encontro pois “antes de o escolherem, sentem-se escolhidos por Ele”. É com base nesta escolha que formamos a Igreja que caminha, construindo uma Humanidade Nova do “Homem Novo” e para isso “temos de escolher antes de mais o Reino de Deus”. Depois o segundo conceito: Relação. “Relação viva com Cristo vivo”. E esta “relação com Jesus Cristo pode ser a qualquer momento em qualquer parte porque acreditamos que está ressuscitado o que possibilita uma relação viva com Cristo vivo ”. Toda esta relação não faria sentido se não nos tornássemos pessoas melhores, capazes de mudar, de ultrapassar obstáculos, de crescer interiormente e de dar frutos. Portanto “no meio de todas as vitórias e derrotas há uma relação que se pode manter com Jesus Cristo vivo fazendo de todos os vazios preenchimento, de todas as mortes vida e de todas as tristezas esperança”. E finalmente Espírito. “Desde o nosso baptismo (…), este espírito, esta relação viva que Jesus mantem com o Pai e o Pai com Jesus, este amor que entre eles circula e é criador de vida, está em nós e pode fazer que na nossa vida aconteça o que aconteceu na vida de Jesus ”. Penso que deverá ser este mesmo o objetivo da vida de um cristão. Conseguirmos abrir totalmente o coração a Deus, deixarmo-nos ser completamente moldados por Ele, sermos rostos da sua própria imagem, a partir do nosso testemunho de fé e através das nossas ações no dia-a-dia tal tal como Jesus Cristo fez. E isto só é possível se houver uma escolha que se transforme numa relação através do espírito.
Ricardo Dias