O primeiro filme da série cristã evangélica Deus não está morto abordava o confronto entre um jovem universitário cristão e o seu professor de filosofia ateu. A narrativa tem por base o novo ateísmo evolucionista de Stephen Hawking e Richard Dawkins, mais barulhento que original. Mas, no final os argumentos filosóficos dão lugar aos milagres à boa maneira evangélica. Trata-se da questão da fé na existência de Deus e da sua presença na nossa vida.
No segundo filme, a personagem principal era uma professora de história acusada de proselitismo, a cargo com um processo de tribunal por ter falado em Jesus como personagem histórica no âmbito de uma aula sobre direitos humanos.
Ambos os filmes desenvolvem a trama através do conflito entre crentes e não crentes numa sociedade que, afinal de contas, não percebe bem o que significa a tolerância. Os filmes têm por base os processos em escolas e tribunais que aconteceram nos Estado Unidos. No entanto, exagera-se um pouco na propaganda da perspetiva do crente injustiçado e dos ateus.
No terceiro filme, as coisas mudam ligeiramente. Já não se trata da existência de Deus mas da sua relevância e lugar de Deus e da igreja na sociedade atual. Pretende-se mais mandar uma mensagem do que agradar à crítica.
O pastor Dave luta por manter a sua igreja centenária no campus da universidade. No meio de vários conflitos, um incêndio destrói a igreja e mata o seu grande amigo Jude. O incêndio é causado acidentalmente por Adam, revoltado com o fim do seu namoro. Os ânimos exaltam-se. Dave chama o seu irmão Pearce, que é advogado e abandonou a fé, para a luta nos tribunais. O reencontro dos irmãos abre velhas feridas que precisam ser saradas. Uma luz na escuridão leva-nos à esperança da reconciliação para superar os conflitos. Todos têm lugar na sociedade. É isso a tolerância. E é isso também o cristianismo.
Continua a parecer um filme amador de baixo custo, como é na realidade. Como cinema e como discurso deixa muito a desejar. Mas tem o mérito da novidade e de marcar presença no debate sobre a presença da fé cristã na sociedade atual. Honra seja feita aos nossos irmãos evangélicos que são bem mais interventivos na sociedade americana do que nós por cá, que ainda pensamos viver na cristandade.
Ficha técnica
Título original: God’s not dead: a light in darkness
Ano: 2018
Realizador: Michael Mason
Duração: 116 minutos
Género: Drama