Esta semana celebramos a 53ª Semana de Oração pelas Vocações. Hoje, o Post It convida-te a refletir acerca da tua vocação através de umas dicas de oração.
“Vocação! Todos nós temos uma vocação, certo? Mas o que é a vocação? Vocação vem do latim “vocare” que significa chamar mas, na verdade, isso não nos diz muito, pois não? Ora, se formos ao dicionário encontramos dois tipos de vocação: uma primeira que nos diz que vocação é uma “tendência, inclinação e habilidade para determinado modo de vida, carreira profissional, aprendizagem, ofício ou arte, propensão, predisposição ou aptidão”; e uma segunda hipótese que nos indica vocação como a “ação de ser convocado, chamado ou predestinado para uma certa finalidade ou propósito como uma tendência ou queda para a vida religiosa ou para Deus”. Se vos perguntasse agora qual destas é a certa, qual seria? Qual aquela que nos inquieta e preocupa mais?
Vocação é uma daquelas palavras cujo sentido se desassociou do seu propósito. Confundimos muitas vezes a palavra “vocação” com a palavra “futuro”, como se vocação fosse sempre futuro e todo o teu futuro sinal de vocação. E afinal que vocação é mais importante para o teu futuro? A das coisas de Deus ou a das coisas do mundo? E se forem as duas?
E se tudo o que tu fores, aspiras a ser, ou simplesmente serás (o teu trabalho, os teus estudos, a tua família, os teus amigos, o teu namoro, o facto de seres solteiro ou o facto de seres casado) se tudo isso, se tudo com que te relacionas for uma forma de servires a Deus? Parece bem, não é? Parece bem, mas é difícil de fazer acontecer… Parece ser quase uma enfermidade que não saibamos bem onde está Deus, como se mostra e como nos fala. Como vai estar Deus no meu chefe mauzão, na minha família complicada ou na minha solidão? Como pode estar a vocação aí e como sei que está mesmo aí? Vamos ver o que nos diz Jesus:
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo S. Lucas (Lc 5, 1-11)
«Certo dia, Jesus estava na margem do lago de Genesaré. A multidão apertava-se ao Seu redor para ouvir a palavra de Deus (…) Subindo para uma das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-Se e, da barca, ensinava as multidões. Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avança para águas mais profundas e lança as redes para a pesca”. Simão respondeu: “Mestre, tentámos a noite inteira e não pescámos nada. Mas, em atenção à Tua palavra, vou lançar as redes”.
Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam. (…) Ao ver isto, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor afasta-Te de mim, porque sou um pecador!” É que o espanto tinha tomado conta de Simão e de todos os seus companheiros, por causa da pesca que acabavam de fazer. (…)
Jesus disse a Simão: “Não tenhas receio! De hoje em diante serás pescador de homens”.»
Percebeste o quão simples é? A primeira e mais importante vocação é Jesus quem te a diz: é estares com Ele, permanentemente com Ele a escutá-Lo e fazer segundo a Sua Palavra, ser pescador de homens… Ah… mas é verdade como sabemos o que quer de nós no dia-a-dia? Basta escutar… Ele fala-nos através das necessidades do mundo, através das necessidades dos que nos rodeiam… a necessidade de TODOS (da tua família, amigos, vizinhos, colegas, chefe, colegas de casa, carteiro, desconhecidos na rua, na tua comunidade cristã).
Eles pertencem-te e tu pertences a eles, antes de perguntares qual a tua vocação pergunta para quem é a tua vocação, se encontrares o quem, ou os “quems” encontras também o onde e aí encontrarás a tua vocação.
É Jesus que vai ao teu encontro e te desafia a descobrires no teu espaço a tua vocação: no Evangelho Ele vê as duas barcas paradas, os pescadores estão na faina, a lavar as redes, provavelmente, estão desencantados com o insucesso do trabalho. Jesus entra na barca de Pedro e dá-se o momento da proximidade, não entra como um curioso, mas para o desafiar a avançar para águas mais profundas, para o incentivar a rasgar horizontes. É Jesus que te procura mas és tu quem responde! E como respondemos nós? Com a lamentação do “Senhor trabalhamos toda a noite…” ou do “Senhor afasta-te de mim, que sou um homem pecador”? Ou com a coragem do “em atenção à Tua Palavra, lançarei as redes”?
A minha vocação é presente ou futuro?
Rezo a minha vocação?
Sei qual é a minha vocação (a que sou chamado) nas minhas relações e para com Deus?
Aceito a vocação que vem pelo Baptismo que Jesus me desafia a fazer crescer? Ou nego-a por não a compreender?
Rezo a vocação dos outros? Em Igreja?
Oração para o Dia Mundial das Vocações 2016
Pai de misericórdia,
que destes o vosso Filho pela nossa salvação
e sempre nos sustentais com os dons do vosso Espírito,
concedei-nos comunidades cristãs vivas, fervorosas e felizes,
que sejam fontes de vida fraterna
e suscitem nos jovens
o desejo de se consagrarem a Vós e à evangelização.
Sustentai-as no seu compromisso
de propor uma adequada catequese vocacional
e caminhos de especial consagração.
Dai sabedoria para o necessário discernimento vocacional,
de modo que, em tudo,
resplandeça a grandeza do vosso amor misericordioso.
Maria, Mãe e educadora de Jesus,
interceda por cada comunidade cristã,
para que, tornada fecunda pelo Espírito Santo,
seja fonte de vocações autênticas
para o serviço do povo santo de Deus. Amén”
[Obrigada ao Luis Lucas por ter partilhado connosco esta reflexão.]