Hoje, enquanto viajo de avião junto à janela, vem-me à cabeça uma ideia gira: “o engraçado com o céu é que podes subir sempre mais”…
Quando estamos em terra, olhamos para o céu e vemos um avião na imensidão do azul e parece que ele vai a tocar no céu. Parece que mais alto seria complicado na medida em que ele já está lá em cima. Cá de cima, a perspetiva é diferente. Se já viajaste de avião, lembraste certamente de voar por cima das nuvens, onde o sol brilha mas, também, onde o céu parece tão distante quanto em terra. E aí, percebes que, afinal, no céu, podes subir sempre mais.
Ora, acontece que quando penso nisto, vem-me ao pensamento que isto se aplica também à minha vida. Na vida, no dia-a-dia, pode-se sempre subir mais. Não um subir na vida numa perspetiva carreirista mas numa experiência de exigência no que toca à forma como encaras a tua vida em relação a ti, a Deus e aos outros. Afinal, muitas vezes até podes dar muito de ti. Mas até que ponto não podes dar mais? Santo Agostinho afirma: “A medida do amor é amar sem medida”. Sem medida significa sem limite. Como o amor do crucificado por nós, por ti… O que significa realmente isto? Porque nos colocamos tantas vezes limites? Como medimos a importância de um pedido que nos é feito? E coloquei-me questões. Algumas delas, partilho contigo…
No teu dia-a-dia, que fazes por ti? Pelo teu caminho de fé e de santidade? Procuras renovar-te ou estás estagnado num movimento ou numa forma determinada de viveres a fé e de rezar?
E que fazes por Deus? Dás-lhe do teu tempo diariamente e contentas-te com orações que te aquecem o coração ou vais procurando Jesus mesmo quando não te apetece?
Relativamente aos outros, que fazes pelos outros? Dás do teu tempo à família, aos amigos? E em favor dos outros? Como reages ao sofrimento?
Pensando nisto tudo, provavelmente já percebeste onde queria chegar ao dizer que no céu podemos sempre subir mais.. É que, bem vistas as coisas, eu cheguei à conclusão que há sempre mais para dar. Há sempre um esforço a fazer. Há sempre vida a dar. Como Jesus. Só que para Ele, era impossível subir mais.
Luís Caetano