Informações
Título: O rosto da misericórdia – Misericordiæ vultus
Autor: Papa Francisco
Editora: Paulinas
Número de Páginas: 32
ISBN: 978-989-673-430-5
Ano de Publicação: 2015
Sinopse
«Este é o momento favorável para mudar de vida! Este é o tempo de se deixar tocar o coração. Diante do mal cometido, mesmo crimes graves, é o momento de ouvir o pranto das pessoas inocentes espoliadas dos bens, da dignidade, dos afetos, da própria vida. Permanecer no caminho do mal é fonte apenas de ilusão e tristeza. A verdadeira vida é outra coisa. Deus não se cansa de estender a mão» (MV, n. 19).
Não é possível não deixar de entrever nestas palavras a conversão do Inominato, no romance Os noivos, de Alessando Manzoni, que o papa Francisco leu e releu várias vezes (há dias publicado por Paulinas Editora, na versão de língua portuguesa). Em entrevista, o Pontífice testemunhava a impressão nele gravada por aquele encontro entre o cardeal Borromeu e o criminoso arrependido: o abraço… o silêncio… o mistério e a misericórdia.
Num mundo dilacerado por injustiças e em que se ouve clamoroso o pranto dos inocentes, o Ano Santo da Misericórdia, agora proclamado por Francisco, através desta Bula O rosto da misericórdia, revela-se profundamente profético. Podemos sonhar um outro mundo.» in Paulinas
Comentário
Há algum tempo cruzei-me com este texto numa livraria e não resisti. Sabia que estava disponível no site do Vaticano mas preferi ler em papel desta vez. Li-o de um trago como um copo de água que nos é oferecido no meio do deserto que nos sacia o momento mas nos deixa uma sede que nos rasga as entranhas. Senti-me abalado com o que ia lendo porque, a cada frase, fui ficando cada vez mais consciente das minhas fragilidades mas também do Amor que espera por mim, por cada um de nós. Um Amor exigente: porque ama quer levar-nos mais longe. Deseja que se realize em nós mais Amor.
O Papa recorda-nos que a solução para as nossas vidas, para as nossas questões, medos, desesperos tem um rosto. Este rosto da misericórdia que é o próprio Jesus. Com este texto somos convidados a um tempo para olharmos, de uma forma mais profunda para a realidade de nós mesmos e a deixarmo-nos confiar à misericórdia do PAI que quer fazer festa com o nosso arrependimento como na parábola do filho pródigo.
Este parece-me, nesta altura, um texto importante para cada cristão, para conseguirmos estar numa sintonia cada vez maior com a Igreja que somos todos e assim realizarmos o que espera, deseja e sonha o Pai para todos e cada um.
António Canto